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quarta-feira, 14 de março de 2012

PREGÕES DA NOITE

Com tanta ausência sua, minha vida parou pela metade,
Meu coração no silêncio emudeceu
Vivo das lembranças da nossa felicidade
Com este sofrer é que consigo escrever
Para ter que falar da dor da saudade.

Escrevo no silêncio, acariciando o papel com a caneta,
As telas com meus pincéis,
Só não posso acariciar teus lábios com meus beijos,
A hipocrisia quase me leva à loucura
Pregões da noite, sempre atentos aos meus desejos.

Meu amor por ti sobreviverá além da morte
Te sinto a léguas e léguas de distância
Como sinto minha infância
E você está tão perto de mim, quase nos meus braços,
O vento canta toadas de amor
Mas as pessoas se matam tanto
Todos parecem assassinos
Meu Deus, porque tanto terror?
Matam até meninas e meninos.

Dona Evelina morreu! Seu Abílio morreu! E eu?
Porque eu? Se a escuridão consome minha luz,
Quando preciso escrever para você, para Jesus!
Só posso rezar na escuridão, para não acordar os incomodados,
Porque minhas mãos não escrevem sem luz
Porque Jesus?

Às vezes me sinto um animal
Às vezes um poeta
Às vezes uma alma perdida
Às vezes uma imagem incerta
Resumindo,
Trata-se da paixão deste poeta.

São Francisco do Sul, 25/09/2005.