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quarta-feira, 14 de março de 2012

O RELÓGIO

Lá no alto da montanha
Onde eu quase conseguia tocar as nuvens
O vento passava correndo, rebelde, sorrateiro
Quis ajudar-me alcançá-las
Mas o frio intenso não deixou
Eu tremia por inteiro.

Preguei meus olhos no céu
E tu que és meu doce amor
Naquela hora extrema
Juntavas teu coração ao meu
Ofegantes no delírio da paixão
Esquecemos o momento
Para viver a emoção.

Éramos observados
Por um relógio velho e empoeirado
Que na parede sombria
Vivia resignado.

As horas pareciam intermináveis
O momento intenso
Quando avistei o relógio
Vi que ele corria,
Corria tanto quanto o vento.

Tentei parar seus ponteiros
Mas um vidro impediu-me
Nas delícias das tuas carícias
Senti acabar nosso tempo.

Mas o tempo que me resta
É para te amar e recordar
Não importa por quanto tempo
Nem quantas saudades vai sentir este poeta.

Nem se fui fiel ou infiel
Ou se fiz amor na hora certa ou incerta
Não importa nada disso
Só importa que te amo
Só isso.

S. Fco. Sul, 24/04/01