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quarta-feira, 14 de março de 2012

AUTÓPSIA

MUTILAÇÃO OU NUDE DANCE
Na minha vida imortal, você sobreviverá
A poesia não finda
Brinca com meus pensamentos
Provoca os dedos, que escrevem desesperadamente.

Aquela estrela está opaca,
Mais fraca e mais fraca,
O amor está doente,
A poesia descontente.

A escuridão da noite
Pinga em meus olhos,
Gotas de orvalho.

Aquela ilha poética, que era só minha
Hoje abriga as andorinhas,
Que repousam em seus ninhos
Enquanto que sozinha, eu grito,
Um grito forte e sem som
O grito que ninguém pode ouvir,
Porque nele ecoa seu nome.

Meu coração poético está só
Foi clonado com os corações frágeis,
Dos poetas apaixonados
De quem é a culpa?
Não existe culpado.

Existe é o amor, mal amado
Onde não há espaço para abraços
Onde a distância é nosso elo
E o medo faz o segredo.

Não quero ser fiel, nem infiel
Não quero que me perdoem,
Porque sei me perdoar
E no dia em que eu me for
Levarei a matéria
Ficará a poesia
Parte da minha alegria
Deixarei pra quem amei.

Na hora da autópsia,
Com meu peito já rompido
Não posso mais esconder-te,
Neste abrigo.

Ao abrirem meu coração
Os doutores do HP,
Serão surpreendidos
Ao encontrarem você.


S. Fco. Sul, 12/08/01